domingo, 22 de abril de 2012


ANO NOVO, NOVA TURMA, NOVA ADAPTAÇÃO.

Não somos os primeiros educadores. Todo ano recebemos um grupo de crianças que freqüentou o berçário ou maternal no ano anterior. Isso nos gera uma série de questionamentos.
Como nos sentimos quando as crianças preferem os educadores do ano anterior? O que fazer para que os pais confiem em nós, vivenciamos algumas vezes aborrecimentos e chateações. Mas, conforme as crianças vão estabelecendo vínculo conosco, os conflitos vão sendo solucionados.
Muitas mudanças ocorrem para as crianças. Exploração de um novo espaço e objetos, refeições em outra mesa do refeitório... Quando ainda bebes, desafiamos todos a caminhar, depois investimos no desenvolvimento dessa atividade, até iniciar pequenas corridas. Quanto à comunicação, temos a decifrar as primeiras palavras e os gestos que comunicam frases inteiras, para aos poucos ir estimulando as crianças ao desenvolvimento da fala.
No segundo semestre, as crianças já mudaram muito. Comem com mais autonomia, usam copinhos para beber o suco e o leite. Correm para o parque quando anunciamos uma nova brincadeira. Cantam e constroem pequenas frases. Trocam abraços e sorrisos conosco. O trabalho é recompensado pelas confidencias estabelecidas.
O processo de adaptação exige de nós reflexão e atenção aos nossos sentimentos. As crianças e seus pais, que já estavam freqüentando o Centro no ano anterior, pareciam adaptados. Mas, observando os conflitos diante da nova situação, confirmamos o fato de que a adaptação é um processo constante, que precisa ser avaliado a cada nova etapa, com as novas crianças e famílias, ou seja, em cada remanejamento da turma.

Cândida Bertolini
Mirian de S. L. Oliveira
Texto extraído do livro: Os Fazeres na Educação Infantil

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